terça-feira, 16 de outubro de 2007

Sá e colaboradoras, 2006

Referência bibliográfica:

SÁ, C. M. e colaboradoras (2006). Uma experiência de investigação-acção: trabalhar a compreensão e expressão escrita a partir da banda desenhada. Palavras, 30, pp. 33-41.

Texto publicado:


1. Introdução
O pequeno projecto de que se vai falar neste texto decorreu no ano lectivo de 2004/05 e foi levado a cabo no âmbito da Prática Pedagógica inserida no 5º Ano da Licenciatura em Ensino de Português e Francês da Universidade de Aveiro.
Envolveu a Coordenadora da universidade, as duas orientadoras da escola (uma para a Língua Portuguesa e outra para a Língua Francesa), as quatro professoras estagiárias e quatro turmas do 3º Ciclo do Ensino Básico (duas turmas do 7º Ano, para a disciplina de Língua Portuguesa, e duas turmas do 8º Ano, Nível 2, para a disciplina de Língua Francesa).
Deu origem a um relatório escrito (Leite et al., 2005) e a uma apresentação pública na Semana da Prática Pedagógica da Universidade de Aveiro, relativa ao ano lectivo de 2004/05.
Tal como o título indica, é um estudo de investigação-acção.
A motivação para a sua realização decorreu da constatação feita de que os alunos apresentavam dificuldades de compreensão e expressão escrita, quer em Língua Portuguesa, quer em Língua Francesa, e da necessidade sentida de contribuir, de algum modo, para o desenvolvimento dessas competências.
Por outro lado, as professoras estagiárias envolvidas no projecto desejavam aprofundar os seus conhecimentos neste domínio, combinando, tanto quanto possível, o conhecimento teórico recém-adquirido e o conhecimento prático decorrente da realização do estágio pedagógico.
O estímulo para o recurso à banda desenhada derivou do desejo de trabalhar a partir de um género narrativo pouco utilizado, da esperança de assim conseguir motivar mais os alunos e do interesse em aproveitar o facto de a Coordenadora da universidade ter estudos publicados sobre esta temática (Sá, 1996, 2000).
Além do mais, o estudo da banda desenhada é recomendado pelo programa de Língua Portuguesa para o 7º Ano e esta constitui um elemento importante da cultura francófona. Com efeito, a banda desenhada franco-belga tem conhecido inúmeras traduções em Portugal, nomeadamente desde a década de 80 do século passado.

2. Os fundamentos da acção
Apoiámos o projecto elaborado em alguns princípios de base.
Ninguém pode ignorar o facto de que o processo de ensino/aprendizagem, tal como ele é concebido actualmente no sistema educativo português, está centrado na aquisição e desenvolvimento de competências, para o que deverão contribuir todas as áreas disciplinares e não disciplinares do currículo dos alunos (Ministério da Educação, 2001).
Também ninguém ligado ao ensino de línguas pode ignorar que, quaisquer que sejam as línguas estudadas e o seu estatuto (língua materna, língua segunda ou língua estrangeira), há pontos comuns a unir o seu processo de ensino/aprendizagem.
Mais ou menos recentemente, os investigadores têm consagrado numerosos estudos das mais diversas naturezas à problemática da intercompreensão associada ao ensino/aprendizagem de línguas e Portugal não constitui excepção (Andrade, Moreira et al., 2002; Andrade e Sá, 2003).
É igualmente do domínio comum a ideia de que desenvolver competências em compreensão e expressão escrita é um objectivo prioritário do ensino/aprendizagem de línguas, estreitamente ligado às competências essenciais a adquirir e desenvolver durante todo o Ensino Básico.
Com base nestes pressupostos e tendo em conta o conhecimento da prática e também das necessidades específicas daqueles alunos, partimos para a exploração de fundamentos teóricos que nos pudessem auxiliar a conceber, implementar e avaliar um plano de acção didáctica, destinado, se não a resolver todos os problemas detectados (uma pura utopia!), pelo menos a tentar colmatar algumas lacunas.
Foram várias as necessidades sentidas no domínio teórico.
Investigaríamos sobre a banda desenhada e as suas características específicas (Groensteen, 1996; Peeters, 1993; Quella-Guyot, 1996).
Aprofundaríamos alguns conceitos de base sobre a natureza do texto narrativo (Adam, 1987, 1992; Beaugrande e Dressler, 1981; Bronckart et al. 1985; Fayol, 1985; Pereira, 2001; Reis e Lopes, 2000).
Iríamos explorar a banda desenhada na sua vertente narrativa (Sá, 1996), procurando relacioná-la com outras formas de narrativa a estudar, sobretudo nas aulas de Língua Portuguesa (por exemplo, o conto tradicional e o conto de autor). Pretendíamos, deste modo, promover um estudo da banda desenhada um pouco diferente do habitual, estabelecendo pontes entre esta e outras formas de discurso presentes na aula de Língua Portuguesa.
Iríamos propor aos alunos actividades que envolvessem tarefas de leitura e de escrita (Menezes e Sá, 2004; Sá, 1996, 2000, 2002, 2003; Sá et al., 2004), procurando integrar a banda desenhada num programa de desenvolvimento das competências de compreensão e expressão escrita de alunos do 3º Ciclo. Pretendia-se trabalhar com eles a linguagem e o sentido de textos narrativos e de histórias em banda desenhada estudados nas aulas (Sá, 1996).
Assim, logo à partida, seleccionámos algumas actividades que nos pareceram particularmente adequadas aos nossos objectivos, todas elas implicando o recurso simultâneo a competências de compreensão e expressão escrita: produção de textos narrativos a partir de bandas desenhadas estudadas e, inversamente, produção de bandas desenhadas a partir de textos narrativos estudados; preenchimento de balões em bandas desenhadas apresentadas aos alunos, relativas a textos estudados nas aulas.
Sentimos ainda a necessidade de construir instrumentos de avaliação do desempenho dos alunos que contemplassem os aspectos essenciais a ter em conta na compreensão e produção de textos narrativos em geral (Amor, 2005; Cassany, 1998) e de narrativas em banda desenhada, em particular (Sá, 1996).
Deste modo, os trabalhos produzidos pelos alunos foram avaliados a partir de listas de verificação, que elaborámos com base nas leituras feitas sobre características do texto narrativo e da banda desenhada.
No que diz respeito aos textos narrativos, tivemos em conta os seguintes aspectos:
(a) Relativos à estrutura do texto,
- personagens
• distinção entre personagens principais, personagens secundárias e figurantes
• sua caracterização
- espaço/tempo
• referência ao espaço
• sua caracterização
• apresentação de dados relativos ao tempo
- acção
• identificação dos principais momentos
• sua articulação lógica e cronológica
- narrador
• recurso a um narrador participante ou não participante;
(b) Relativos a aspectos linguísticos do texto,
- no que se refere à coerência
• selecção da informação
• apresentação clara das ideias
• adequado desenvolvimento das ideias
- no que se refere à coesão
• pontuação
• uso adequado de palavras e expressões que traduzem relações temporais ou lógicas (conectores)
• recurso a processos anafóricos.
No que se refere à banda desenhada, tivemos em conta os seguintes aspectos:
(a) relativos à imagem,
- o recurso à cor e aos planos, para a construção do espaço onde decorre a acção
- também o recurso à cor, para transmitir os sentimentos das personagens
- ainda o recurso a elementos característicos da banda desenhada (vinhetas, tiras e pranchas), que permitem apresentar a intriga e traduzir a sua evolução
- o recurso a signos cinéticos, que traduzem o movimento;
(b) relativos ao texto
- o recurso a balões (que contêm os monólogos, diálogos e pensamentos das personagens) e também a legendas (que, normalmente, fornecem indicações de natureza espácio-temporal) e a cartuchos (contendo informações desta mesma natureza e ainda informações que ajudam a contextualizar a acção)
- o uso de diferentes tipos de caracteres
- o recurso à onomatopeia
- ainda o eventual recurso a uma combinação de registos linguísticos.
Estes elementos foram combinados de diversas maneiras para produzir as grelhas de que necessitávamos para fazer a avaliação do desempenho dos alunos.

3. O projecto de investigação-acção
3.1. Sua concepção
Este pequeno projecto procurou ir ao encontro de dificuldades manifestadas pelos alunos, em compreensão e expressão escrita.
Foi subordinado aos seguintes objectivos:
(i) levar os alunos a apreenderem as características da banda desenhada;
(ii) consciencializar os alunos das características do texto narrativo a partir de várias formas de narrativa (conto popular, conto de autor, narrativa em banda desenhada);
(iii) desenvolver nos alunos competências de compreensão e expressão escrita.
Para definir os fundamentos teóricos do trabalho a realizar, foram feitas algumas leituras, com base numa pesquisa bibliográfica, e organizados alguns seminários, dinamizados pela Coordenadora da universidade (sobre didáctica da leitura e da escrita e recurso à banda desenhada no ensino/aprendizagem da leitura e da escrita).
Em seguida, alguns dos seminários semanais do núcleo foram consagrados à elaboração das linhas gerais do projecto, incluindo as actividades a desenvolver com os alunos em aulas leccionadas pelas professoras estagiárias.
Para as aulas de Língua Portuguesa, foram previstas as seguintes actividades:
- estudo da natureza e das características da banda desenhada e comparação entre a banda desenhada e o texto narrativo (para apreensão da sua natureza narrativa) [ver Anexos 1 e 2];
- preenchimento de balões em bandas desenhadas alusivas a dois contos estudados nas aulas (o conto popular “O caldo de pedra” e o conto “A estrela”, da autoria de Vergílio Ferreira);
- produção de bandas desenhadas a partir de um episódio inventado pelos alunos, a encaixar num conto de autor estudado na aula (“O Cavaleiro da Dinamarca”, de Sophia de Mello Breyner Andresen);
- produção de bandas desenhadas a partir de um conto de autor estudado na aula (“A estrela”, de Vergílio Ferreira).
Para as aulas de Língua Francesa, foram planificadas as seguintes actividades:
- produção de bandas desenhadas a partir de narrativas curtas estudadas na aula (subordinadas aos temas “Chez Benetton” e “Une surprise pour Brigitte”);
- produção de uma narrativa curta a partir de uma banda desenhada estudada na aula (subordinada ao tema “Les aventures de Manu”).
Chama-se a atenção para o facto de que nem todas as actividades foram levadas a cabo nas quatro turmas envolvidas na experiência.
Nestes seminários, procedeu-se também à selecção do material a utilizar (os textos que serviriam de base às actividades de compreensão e expressão escrita) e à elaboração de material original (os acetatos sobre as características da banda desenhada e a sua comparação com o texto narrativo). Foram ainda elaboradas as grelhas para fazer a análise dos textos narrativos e de banda desenhada produzidos pelos alunos.
3.2. Sua implementação
A implementação do projecto foi precedida pela realização de uma exposição sobre a banda desenhada (lusófona e francófona), em que participaram as professoras estagiárias e os seus alunos. As orientadoras da escola apoiaram as professoras estagiárias na concepção da exposição. A Coordenadora da universidade colaborou através da apresentação de uma selecção de banda desenhada portuguesa e franco-belga e de alguns fanzines. Esta exposição teve lugar em Dezembro de 2004, acompanhando a Feira do Livro promovida pela escola.
As actividades incluídas no projecto e relativas às aulas de Língua Portuguesa decorreram durante o 1º e o 2º Períodos, acompanhando unidades didácticas consagradas ao texto narrativo, envolvendo o estudo integral dos contos “O Cavaleiro da Dinamarca”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, e “A estrela”, de Vergílio Ferreira.
As actividades desenvolvidas nas aulas de Língua Francesa acompanharam unidades consagradas ao comércio e aos tempos livres.
Para as actividades envolvendo a produção de bandas desenhadas, estabeleceu-se uma parceria com os professores de Educação Visual das turmas que participaram nesta experiência.
3.3. Sua avaliação
Como já foi dito, a avaliação do êxito da experiência passou pela avaliação do desempenho dos alunos nas actividades propostas, centradas na compreensão e produção de textos narrativos escritos e de bandas desenhdas, partindo de listas de verificação por nós construídas.
A análise dos textos produzidos pelos alunos permitiu fazer algumas observações interessantes:
(a) relativamente às características específicas da banda desenhada,
- no que se refere à imagem,
• os alunos recorreram com êxito à cor e aos planos para a construção do espaço onde decorria a acção,
• mas tiveram dificuldade em usar a cor para transmitir os sentimentos da personagens e em recorrer aos signos cinéticos;
- no que se refere ao texto,
• os alunos foram capazes de construir os balões e de produzir legendas e recorreram com êxito a diferentes tipos de caracteres e registos linguísticos,
• mas revelaram dificuldades no uso dos cartuchos e das onomatopeias;
(b) relativamente às características do texto narrativo,
- no que se refere à sua estruturação,
• tiveram êxito em aspectos como
§ a distinção entre personagens principais, personagens secundárias e figurantes,
§ a apresentação de elementos relativos à localização espácio-temporal,
§ a identificação dos momentos principais da acção e a sua articulação lógica e cronológica,
• mas revelaram dificuldades na caracterização das personagens e do espaço e na caracterização do narrador como participante ou não participante;
- no que se refere aos seus aspectos linguísticos,
• de um modo geral, foram bem sucedidos nos aspectos relacionados com a coerência
§ mostrando-se capazes de seleccionar a informação adequada,
§ apresentando as ideias de uma forma clara,
§ desenvolvendo bem as ideias apresentadas,
• mas tiveram menos êxito em alguns aspectos relacionados com a coesão, revelando dificuldades no uso da pontuação e no recurso a processos anafóricos.
Relembramos que os alunos produziram os seus textos a partir de outros textos estudados nas aulas.

4. Algumas implicações didácticas decorrentes desta experiência
Destas observações, podemos concluir que todos os objectivos propostos foram parcialmente atingidos.
Mas, obviamente, em relação a todos eles, constatámos que há alguns aspectos que precisam de ser melhorados:
- relativamente ao primeiro objectivo, nem todas as características da banda desenhada foram apreendidas da melhor forma; parece haver alguns aspectos menos evidentes (a nível da imagem, o recurso aos signos cinéticos e o uso da cor para transmitir os sentimentos das personagens e, a nível do texto, o uso dos cartuchos e das onomatopeias), que seria preciso trabalhar melhor com eles, por exemplo a partir da análise de bandas desenhadas de estilos diferentes;
- no que diz respeito ao segundo objectivo,
• parece ser necessário insistir em alguns aspectos relativos à estrutura da narrativa (caracterização das personagens e do espaço e explicitação da natureza do narrador), quer em actividades de compreensão (por exemplo, quando se procede à análise de narrativas ou à comparação de narrativas com características estilísticas diferentes), quer em actividades de produção (por exemplo, fornecendo aos alunos uma lista de verificação através da qual eles possam fazer a auto-avaliação dos textos por si produzidos);
• também parece ser indispensável trabalhar melhor alguns aspectos linguísticos, nomeadamente o uso da pontuação e o recurso a processos anafóricos (que implicam o recurso a sinónimos, termos genéricos, pronomes); um estudo do funcionamento da língua de carácter mais metacognitivo e mais directamente relacionado com as actividades de compreensão e produção de textos em que os alunos sejam envolvidos poderá, certamente, dar um bom contributo para a resolução destes problemas.
Obviamente, ao ultrapassar estas dificuldades, os alunos estão a desenvolver e a melhorar as suas competências de compreensão e expressão escrita.

Bibliografia
Adam, Jean-Michel (1987). Le récit. Collection “Que sais-je?”, 2e éd. Paris: PUF.
Adam, Jean-Michel (1992). Les textes: types et prototypes. Récit, description, argumentation et explication et dialogue. Paris: Nathan.
Amor, Emília (2005). LITTERA – Escrita, Reescrita, Avaliação. Um projecto integrado de ensino e aprendizagem do Português. Para a construção de uma alternativa viável. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/Serviço de Educação e Bolsas.
Andrade, Ana Isabel, Moreira, Gillian (coord.), Alegre, Teresa, Ançã, Maria Helena, Araújo e Sá, Maria Helena, Canha, Manuel Bernardo, Martins, Filomena, Pinho, Ana Sofia, Sá, Cristina Manuela e Veiga, Maria José (2002). “Intercomprehension in Language Teacher Education: propostas para o desenvolvimento da competência plurilingue”. In Intercompreensão, 10, pp. 51-64.
Andrade, Ana Isabel e Sá, Cristina Manuela (org.) (2003). A intercompreensão em contextos de formação de professores de línguas: algumas reflexões didácticas. Aveiro: Universidade de Aveiro.
Beaugrande, Robert A. e Dressler, Wolfgang U. (1981). Introduction to textlinguistics. London/New York: Longman.
Bronckart, Jean-Paul (coord.), Bain, Daniel, Schneuwly, Bernard, Davaud, Clairette e Pasquier, Auguste (1985). Le fonctionnement des discours. Un modèle psychologique et une méthode d’analyse. Neuchâtel/Paris. Delachaux et Niestlé.
Cassany, Daniel (1998). Reparar la escritura. Didáctica de la corrección de lo escrito. Colecção "Biblioteca de Aula", nº 108, 6ª ed. Barcelona: Editorial Graó.
Durand, Jean-Benoît (1998). BD mode d’emploi. Paris: Flammarion.
Fayol, Michel (1985). Le récit et sa construction. Neuchâtel/Paris. Delachaux et Niestlé.
Giasson, Jocelyne (2004). La lecture. De la théorie à la pratique. Collection “Outils pour enseigner”, 2e édition. Bruxelles: De Boeck.
Groensteen, Thierry (1996). La bande dessinée. Collection “Les Essentiels Milan”. Paris: Milan.
Leite, Cláudia, Pinho, Daniela, Ribeiro, Ana Maria e Valente, Sílvia (2005). Recurso à banda desenhada no desenvolvimento de competências de compreensão e expressão escrita no ensino de línguas. [Documento policopiado].
Menezes, Isabel e Sá, Cristina Manuela (2004). “Representações de alunos e professores sobre a interacção leitura-escrita”. In Intercompreensão, 11, pp. 61-70.
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Peeters, Benoît (1993). La bande dessinée. Collection “Dominos”. Paris: Flammarion.
Pereira, Maria Luísa Álvares (2001). Para uma didáctica textual – tipos de texto/tipos de discurso e ensino do Português. Aveiro: Universidade de Aveiro/Centro Integrado de Formação de Professores.
Quella-Guyot, Didier (1996). La bande dessinée. Collection “Qui, quand, quoi?”. Paris: Hachette.
Reis, Carlos e Lopes, Ana Cristina M. (2000). Dicionário de narratologia. Coimbra: Livraria Almedina.
Sá, Cristina Manuela (1996). O uso da banda desenhada para o estudo da narrativa na aula de Língua Materna face aos novos programas. Aveiro: Universidade de Aveiro.
Sá, Cristina Manuela (2000). “Ler e escrever com a banda desenhada”. In Millenium, 19, pp. 127-135.
Sá, Cristina Manuela (2002). “Uma experiência de investigação-acção: desenvolvimento de competências transversais em leitura e compreensão escrita”. In Paulo Feytor Pinto (coord.), Como pôr os alunos a trabalhar? Experiências formativas na aula de Português. Actas do 5º Encontro Nacional da Associação de Professores de Português. Lisboa: Associação de Professores de Português, pp. 139-148.
Sá, Cristina Manuela (2003). “Desenvolver a compreensão na leitura no 3º Ciclo do Ensino Básico”. In Ana Isabel Andrade e Cristina Manuela Sá (org.), A intercompreensão em contextos de formação de professores de línguas: algumas reflexões didácticas. Aveiro: Universidade de Aveiro, pp. 55-63.
Sá, Cristina Manuela, Ferreira, Liliane, Queirós, Ana Paula e Silva, Alda (2004). Uma experiência de investigação-acção: desenvolvimento de competências transversais em compreensão e produção escrita. Comunicação apresentada no 1º Encontro Nacional de Oficinas de Escrita no Ensino de Línguas, Aveiro, Outubro de 2004 [Documento policopiado].
Villas-Boas, António José (2001). Ensinar e aprender a escrever: por uma prática diferente. Colecção “Cadernos Correio Pedagógico”, nº 54. Porto: Edições ASA.



Anexo 1 – Pequeno glossário da banda desenhada

Banda desenhada
Narração de uma história através de uma sucessão de imagens, organizadas em sequências, que podem ou não ser completadas por texto escrito.

Vinheta
Cada um dos quadradinhos de uma história de banda desenhada.

Tira
Uma série de vinhetas organizadas na mesma linha horizontal.

Prancha
Página de banda desenhada.

Balão
Espaço destacado na vinheta onde, habitualmente, encontramos as falas ou pensamentos das personagens.

Legenda
Situa-se dentro da vinheta e é o texto do narrador que dá informações sobre o espaço e o tempo.

Cartucho
Texto ocupando o espaço de uma vinheta que fornece indicações espácio-temporais ou relativas à contextualização da história.

A banda desenhada pode ainda recorrer:
- à cor, para transmitir os estados de espírito das personagens;
- aos signos cinéticos, que ilustram movimentos;
- às onomatopeias, que representam sons;
- às metáforas visualizadas, que representam ideias (por exemplo, ver estrelas, quando se leva uma pancada);
- a diferentes corpos de letra, que indicam o tom de voz ou a intensidade do som.

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